Ricardo Salgado tinha uma “prepotência desmedida” e chegou ao ponto de ameaçar o Governador do Banco de Portugal. A denúncia, feita por Pedro Queiroz Pereira em 2018, na fase de inquérito do processo, foi reproduzida no julgamento nesta terça-feira.

Segundo o então homem forte da Semapa, o CEO do Banco Espírito Santo afirmou que poderia mover influências para afastar Carlos Costa. “Ricardo Salgado chegou a ameaçar o governador do Banco de Portugal”, disse ao Ministério Público.

A ameaça terá sido feita no decorrer do conflito que Queiroz Pereira manteve com Ricardo Salgado, quando o empresário, falecido em 2018, quis impedir que o BES comprasse o controlo do grupo por ele liderado.

A “guerra” terminou com um acordo entre as duas partes, em troca do fim das denúncias de Queiroz Pereira junto do supervisor. Para isso, o entendimento incluía uma cláusula de confidencialidade que previa uma penalização de 300 milhões de euros.