A economia da Zona Euro está a enfrentar novos desafios fiscais, com a França e a Bélgica a emergirem como focos de preocupação para investidores. Após a crise da dívida soberana entre 2010 e 2012, que quase destruiu o Euro, países como Portugal e Espanha conseguiram recuperar e agora estão a ser vistos como motores de crescimento. Agora, a crescente dívida pública e os défices fiscais da França e Bélgica estão a colocar em risco a credibilidade fiscal dessas nações.
O mais recente monitor fiscal do Fundo Monetário Internacional (FMI) destaca que, apesar das economias produtivas e dos baixos níveis de desemprego na Bélgica e em França, as suas finanças públicas estão deterioradas, revela o ‘elEconomista’.
A dívida pública em ambos os países já ultrapassa os 100% do PIB, e as suas classificações de crédito começam a ser afetadas. As agências de classificação, como a Fitch e a Moody’s, emitiram recentemente alertas sobre a situação financeira destes países, rebaixando as suas perspetivas devido a preocupações com o aumento da dívida e a incerteza política.
A Fitch reviu o outlook da França para negativo, mantendo o rating em ‘AA-‘, enquanto a Moody’s fez o mesmo para a Bélgica, que se encontra numa situação política complicada, com dificuldades em formar um governo após as eleições de junho. A França enfrenta um défice projetado de 6,1% do PIB para 2024, quase três vezes superior à média dos países com classificação ‘AA’.
Entretanto, Portugal tem demonstrado uma trajetória oposta, conseguindo reduzir a sua dívida pública para abaixo dos 100% do PIB, graças a um equilíbrio nas contas e à obtenção de excedentes fiscais. Espanha também mostra sinais de recuperação, embora o seu défice público continue a ser uma preocupação crónica.
Com eleições presidenciais previstas para 2027, a instabilidade política e as reformas necessárias em França e na Bélgica levantam questões sobre a sustentabilidade a longo prazo das suas economias.