Face à questão “se as eleições Legislativas fossem hoje em quem votaria?”, o CESOP – Centro de Estudos da Universidade Católica apurou uma recuperação da AD, a coligação que suporta o Governo na Assembleia da República, de 31 para 33 por cento. Três meses – a última sondagem foi feita em julho – bastaram para que os socialistas caíssem da posição de dianteira de 33 por cento para os 29 por cento.

Um recuo de expressivos quatro pontos percentuais quando o estudo foi realizado tendo já o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, feito anúncio do sentido de voto da sua bancada na discussão do Orçamento do Estado para 2025, sendo quase certo que já reflete essa posição de abstenção dos socialistas.




De salientar a grande recuperação também do Chega com os mesmos quatro pontos, crescendo para os 18 por cento. A IL cai um pontos para os 6 por cento, enquanto BE, CDU, Livre e PAN mantêm a mesma intenção de voto da sondagem de julho (respetivamente 4%, 3%, 3% e 2%).





O CESOP sublinha aqui que apesar deste indício de descolagem relativa da AD face ao principal partido da oposição, estes são resultados que se mantêm dentro da margem de erro, ou seja, é necessário que futuras sondagens confirmem estas tendências de subida e descida: “Mesmo a alteração de posição entre ambos, em comparação a julho, pode ser apenas resultado do erro associado a qualquer sondagem – terá de ser confirmada em futuras sondagens (nossas e de outras entidades)”, refere o relatório do centro de estudos.




Relativamente à subida significativa do Chega, refere o relatório que “se na sondagem anterior o CH tinha descido 5 pontos percentuais (p.p.), agora sobe 4 p.p., o que parece apontar para alguma volatilidade de parte significativa do possível eleitorado deste partido”.

Governo com desempenho razoável




À questão sobre o desempenho do executivo AD que leva 10 meses de governação, os portugueses avaliam como “razoável” a atuação do Governo com 57 por cento das respostas, mantendo a tendência da sondagem de julho.




Apenas 18 por cento vão por uma avaliação negativam e consideram “mau” ou “muito mau” o desempenho do Governo e 22 por cento “bom” ou “muito bom”, valores que também não diferem muito do estudo de há três meses.


O centro da Católica acrescenta que a “distribuição de respostas indica melhor avaliação deste governo do que do governo em anos anteriores”, em particular 2023 e 2022.
Marcelo trava queda

Numa avaliação deste mandato do presidente da República, os portugueses põem travão a uma queda que vem sendo a pique desde os primeiros meses do mandato inicial de Marcelo Rebelo de Sousa e permitem aqui ao chefe de Estado uma subida de sete pontos percentuais face às avaliações de maio e julho de 2024, as mais baixas dos oito anos de Presidência, com apenas 60 por cento de avaliações positivas.

Em termos de avaliação, o presidente sai desta sondagem com uma avaliação de 10,1 (numa escala de 0 a 20), melhor do que os 9,7 de julho passado e os 9,4 de maio, mas ainda assim longe dos valores do primeiro mandato, na ordem dos 15 e dos 16 valores.

Lembra o relatório do CESOP que, “numa sondagem realizada em novembro de 2016, ainda no primeiro ano do seu primeiro mandato, o Presidente da República foi avaliado positivamente (i.e., com nota 10 ou superior) por 97% dos inquiridos. A avaliação média foi então de 16,3 (a mais elevada das sondagens Católica desde que há registos – 11/2004). Numa sondagem de maio de 2021, no seu primeiro ano do segundo mandato, o Presidente mantinha os elevadíssimos níveis de popularidade e reconhecimento da sua ação. Seguiu-se um período de descida, mantendo sempre avaliações médias positivas, e nova subida há um ano. Neste momento, a avaliação média está em 10,1 e o Presidente continua a receber nota positiva (igual ou superior a 10) da maioria dos inquiridos (67%)”.

Montenegro com melhor nota entre líderes

Luís Montenegro, presidente do PSD e primeiro-ministro, é o responsável político com melhor nota entre os líderes dos partidos portugueses: 12 valores.

Seguem-se Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, com 10,4, Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal (IL) com 9,2 e Rui Tavares, do Livre, com 9. Os restantes líderes colheram avaliações na casa dos 7 valores.

Rui Rocha (69%), Paulo Raimundo e Rui Tavares (74%) e Inês sousa Real (77%) continuam a ser os menos conhecidos entre os portugueses, numa escala dominada por André Ventura (99%), Luís Montenegro (98%) e Pedro Nuno Santos e Mariana Mortágua (96%).


Ficha Técnica



Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 17 e 23 de outubro de 2024. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1025 inquéritos válidos, sendo 45% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 31% da região Norte, 19% do Centro, 34% da A.M. de Lisboa, 8% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários, região e comportamento de voto com base nos dados do recenseamento eleitoral e das últimas eleições legislativas. A taxa de resposta foi de 19%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1025 inquiridos é de 3,0%, com um nível de confiança de 95%.




*Foram contactadas 5399 pessoas. De entre estas, 1025 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário.