Em Portugal na semana passada para a conferência Segurança Urbana 5.0, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilhereme Derrite, disse à imprensa local que o Primeiro Comando da Capital (PCC) usa o país europeu para lavar dinheiro do crime. Ele compareceu ao evento, ocorrido na cidade do Porto, junto do coronel Pedro Sousa Lopes, do Centro de Inteligência da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Segundo o jornal Público, Derrite afirmou que os criminosos querem usar Portugal como “uma porta de entrada para distribuição de drogas na Europa, com uma moeda forte, como o euro, o que é muito mais lucrativo”. As ações no continente, no entanto, teriam um foco maior na lavagem de dinheiro.

— Atrás de euros, PCC quer lavar dinheiro do crime na Europa, a começar por Portugal. No Brasil, os criminosos são muito violentos, e, na Europa, onde desenvolvem a atividade de lavagem de dinheiro, com testas de ferro — disse Derrite.

O coronel Lopes disse ao veículo português que a polícia busca identificar qual é a “atividade econômica que os integrantes do PCC estão exercendo em Portugal”.

Foragido da Justiça, uma das principais lideranças da facção, o traficante André do Rap, teria chegado a se esconder em Portugal, segundo disse o coronel da PM.

— A informação que tenho é a de que ele ficou pelo menos um ano em Portugal. Isso aconteceu há dois anos, mas ele tem migrado para vários países, e temos informações de que esteve, até o mês passado, na América Central — contou o oficial da PM ao jornal Público.

André do Rap, segundo a SSP, é apontado como contato, no Brasil, da máfia italiana Ndrangheta. Havia sido capturado pela 2ª Delegacia da Divisão Antissequestro, mas foi solto em virtude de um habeas corpus expedido pelo Supremo Tribunal Federal.

Em outubro de 2020, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, com fundamento em nova decisão do STF que cassou a liminar anteriormente concedida, expediu novo mandado de prisão preventiva, e desde então André e considerado procurado pela Justiça.