**PS. Não posso deixar passar o teu comentário de há um ano**
> Comecei andar mais de bicicleta na estrada e tenho me deparado com algumas situações em que os carros estão muito encostados para a esquerda o que me torna difícil ultrapassar los numa fila deles parada antes de um semáforo, mas tenho espaço pela direita. **A minha duvida é podemos ultrapassar/passar pela direita** até chegar em frente do semáforo ou fico atrás de um carro?
Não me importaria nada de andar de bicicleta. Mas, por agora, as cidades e as autarquias não estão de todo pensadas para que as pessoas tenham serviços e comércios ao alcance da bicicleta. Refiro-me a locais onde as pessoas têm de se deslocar para a periferia das cidades para aceder a centros comerciais ou hipermercados. No dia em que for como antigamente, com pequenas superfícies comerciais como mercearias, aí sim, deslocar-se de bicicleta será perfeitamente viável.
Diz o arquiteto que desenha as ciclovias…
Outra vez arroz? Há anos que ando a escrever aqui que, tirando algumas cidades em Portugal, a esmagadora maioria do país não tem transportes públicos em condições (carreiras, quantidade e qualidade), quanto mais ciclovias.
Eu ando de bicicleta na margem sul e qualquer dia em que deixarem de me ver a comentar no Reddit é porque provavelmente fiquei debaixo de um carro, é absurdamente perigoso andar de bicicleta em Portugal.
Havendo mais e melhores transportes públicos, é natural que as pessoas acabem por usar menos o carro e comecem a andar mais e mais noutros transportes alternativos; as pessoas só não fazem mais isso porque não há alternativas, simples.
Eu estive **anos** na Alemanha sem carro, nem para fazer as compras precisava dele, aqui em Portugal tive logo de comprar um porque apesar de ter saido de Portugal durante décadas, pouco mudou no panorama dos transportes públicos e nas ciclovias.
ICE 4 life
Como qualquer mudança cá chega com 30 anos de atraso
Claro, disse Lisboa, a cidade dos 7 planaltos.
Tirando a piada fácil, deveria ser natural promover um estilo de vida mais saudável.
Veremos no decorrer do tempo essas mudanças culturais.
Nas grandes cidades onde houve algum planeamento, a implementação de ciclovias pode até funcionar e fazer sentido. No entanto, o verdadeiro impacto positivo do uso de bicicletas seria no interior do país, onde muitas vezes nem sequer há transportes públicos. E aqui refiro-me às próprias cidades, porque nas aldeias a situação é ainda mais difícil.
Para quem conhece cidades como a Guarda ou a Covilhã, é evidente que criar infraestruturas para bicicletas seria extremamente complicado. Primeiro, porque a topografia dessas cidades, com constantes subidas e descidas, torna o uso da bicicleta impraticável para o cidadão comum. Em segundo lugar, a calçada portuguesa, que predomina em muitos dos centros urbanos, é um pesadelo para ciclistas, especialmente em dias de chuva, quando se torna perigosa e escorregadia.
Nestas cidades do interior, os acessos ao centro já são estreitos e congestionados para os automóveis. Criar vias alternativas para ciclistas é quase impossível, simplesmente porque não há espaço para tal.
Seria ideal se a nossa geografia fosse mais semelhante à de algumas cidades do norte da Europa, onde as ruas são planas e facilmente adaptáveis ao uso de bicicletas. Nesses locais, as cidades estão preparadas e são verdadeiramente amigas dos ciclistas.
Em Portugal, mesmo com a melhor das vontades, a nossa realidade geográfica e urbana, especialmente no interior, torna a utilização massiva da bicicleta uma tarefa quase inviável.
O foco deveria ser antes nos transportes públicos, apostando não só nas grandes cidades, mas também nas pequenas cidades e vilas do interior. Um sistema de transportes públicos eficiente e acessível teria um impacto muito maior na mobilidade e qualidade de vida das pessoas que vivem longe do litoral.
As modas parecem sempre mudanças culturais, até ao dia em que são substituídas por outra moda qualquer.
Eu nasci nos anos 80 e cresci nos anos 90. Se no ano 2000 me dissessem que em 2024 os géneros de musica mais popular em Portugal não seriam o rock ou o house mais sim o funk brasileiro, eu tb não acreditava…. E agora cá estamos.
Bicicletas fazem sentido em cidades planas, como Aveiro, agora n em Lisboa.
Só quem nunca andou de bicicleta eléctrica é que acha que as cidades portuguesas não têm uma geografia compatível com bicicletas. Pode ser um investimento inicial elevado, mas depois os custos de utilização são ridículos, em especial se uma pessoa levar a bateria e carregar no trabalho, debaixo da secretária.
11 comments
*Aí veiem eles a pedalar*
*Não á nada que os fassa parar*
*Pedalam sempe até ficarem brancos*
*Cos culhões atrofiados nos bancos*
**PS. Não posso deixar passar o teu comentário de há um ano**
> Comecei andar mais de bicicleta na estrada e tenho me deparado com algumas situações em que os carros estão muito encostados para a esquerda o que me torna difícil ultrapassar los numa fila deles parada antes de um semáforo, mas tenho espaço pela direita. **A minha duvida é podemos ultrapassar/passar pela direita** até chegar em frente do semáforo ou fico atrás de um carro?
Não me importaria nada de andar de bicicleta. Mas, por agora, as cidades e as autarquias não estão de todo pensadas para que as pessoas tenham serviços e comércios ao alcance da bicicleta. Refiro-me a locais onde as pessoas têm de se deslocar para a periferia das cidades para aceder a centros comerciais ou hipermercados. No dia em que for como antigamente, com pequenas superfícies comerciais como mercearias, aí sim, deslocar-se de bicicleta será perfeitamente viável.
Diz o arquiteto que desenha as ciclovias…
Outra vez arroz? Há anos que ando a escrever aqui que, tirando algumas cidades em Portugal, a esmagadora maioria do país não tem transportes públicos em condições (carreiras, quantidade e qualidade), quanto mais ciclovias.
Eu ando de bicicleta na margem sul e qualquer dia em que deixarem de me ver a comentar no Reddit é porque provavelmente fiquei debaixo de um carro, é absurdamente perigoso andar de bicicleta em Portugal.
Havendo mais e melhores transportes públicos, é natural que as pessoas acabem por usar menos o carro e comecem a andar mais e mais noutros transportes alternativos; as pessoas só não fazem mais isso porque não há alternativas, simples.
Eu estive **anos** na Alemanha sem carro, nem para fazer as compras precisava dele, aqui em Portugal tive logo de comprar um porque apesar de ter saido de Portugal durante décadas, pouco mudou no panorama dos transportes públicos e nas ciclovias.
ICE 4 life
Como qualquer mudança cá chega com 30 anos de atraso
Claro, disse Lisboa, a cidade dos 7 planaltos.
Tirando a piada fácil, deveria ser natural promover um estilo de vida mais saudável.
Veremos no decorrer do tempo essas mudanças culturais.
Nas grandes cidades onde houve algum planeamento, a implementação de ciclovias pode até funcionar e fazer sentido. No entanto, o verdadeiro impacto positivo do uso de bicicletas seria no interior do país, onde muitas vezes nem sequer há transportes públicos. E aqui refiro-me às próprias cidades, porque nas aldeias a situação é ainda mais difícil.
Para quem conhece cidades como a Guarda ou a Covilhã, é evidente que criar infraestruturas para bicicletas seria extremamente complicado. Primeiro, porque a topografia dessas cidades, com constantes subidas e descidas, torna o uso da bicicleta impraticável para o cidadão comum. Em segundo lugar, a calçada portuguesa, que predomina em muitos dos centros urbanos, é um pesadelo para ciclistas, especialmente em dias de chuva, quando se torna perigosa e escorregadia.
Nestas cidades do interior, os acessos ao centro já são estreitos e congestionados para os automóveis. Criar vias alternativas para ciclistas é quase impossível, simplesmente porque não há espaço para tal.
Seria ideal se a nossa geografia fosse mais semelhante à de algumas cidades do norte da Europa, onde as ruas são planas e facilmente adaptáveis ao uso de bicicletas. Nesses locais, as cidades estão preparadas e são verdadeiramente amigas dos ciclistas.
Em Portugal, mesmo com a melhor das vontades, a nossa realidade geográfica e urbana, especialmente no interior, torna a utilização massiva da bicicleta uma tarefa quase inviável.
O foco deveria ser antes nos transportes públicos, apostando não só nas grandes cidades, mas também nas pequenas cidades e vilas do interior. Um sistema de transportes públicos eficiente e acessível teria um impacto muito maior na mobilidade e qualidade de vida das pessoas que vivem longe do litoral.
As modas parecem sempre mudanças culturais, até ao dia em que são substituídas por outra moda qualquer.
Eu nasci nos anos 80 e cresci nos anos 90. Se no ano 2000 me dissessem que em 2024 os géneros de musica mais popular em Portugal não seriam o rock ou o house mais sim o funk brasileiro, eu tb não acreditava…. E agora cá estamos.
Bicicletas fazem sentido em cidades planas, como Aveiro, agora n em Lisboa.
Só quem nunca andou de bicicleta eléctrica é que acha que as cidades portuguesas não têm uma geografia compatível com bicicletas. Pode ser um investimento inicial elevado, mas depois os custos de utilização são ridículos, em especial se uma pessoa levar a bateria e carregar no trabalho, debaixo da secretária.